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“...“Queremos sustentar as liberdades humanas e
estabelecer um feliz equilibria entre os di-
reitos e deveres do individuo e os da coletivi-
dade.”
S. M. a Rainha Guilhermina
r...”
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“...BABEL BA SELVA
A LINGUAGEM VERNACULA DE SURINAM
Por R. D. SIMONS,
Inspetor de Instrugao Püblica
QS visitantes chamam-na “talkee-talkee.” Os negros cha-
mam-na “ningre,” “ninegre-tongo” (linguagem dos
negros) ou “Sranan-tongo” (linguagem de Surinam). Os
holandêses chamam-na “inglês dos negros.” Mas, como
quer que seja denominado, “talkee-talkee,” “linguagem de
Surinam ou inglês dos negros,” trata-se de um idioma
que evidentemente nao é nem exclusivamente dos negros
nem muito menos inglês.
Êsse inglês dos negros é a linguagem popular que se fala
nas ruas de Surinam. Falam-no os negros, os indios, os
hindüs, os chinêses, os javanêses, os portuguêses, e os pró-
prios holandêses. Mas, embora êsse jargao seja falado por
quasi toda a populagao, podendo ser considerado como a
lingua universal das numerosas rag as que habitam o Terri-
tório, talvez nao desempenhe um papel tao importante na
vida social e cultural de Curagau como o “papiamento.”
Isso se deve ao fato de que, com excegao dos negros...”
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“...abrigados a sombra da bandeira holandesa da Liberdade.
Nao ha necessidade de nos estendermos muito sóbre os
oito primeiros mêses de neutralidade.
A invasao dos Paises Baixos, em 10 de Maio de 1940,
foi uma surpresa em Surinam. Emhora se soubesse geral-
mente que a situagao da Holanda era muito menos segura
do que na guerra anterior, nao se compreendia quao amea-
gadora era a realidade. Ao serem conhecidas as primeiras
noticias da luta na Holanda, a populagao de diferentes
ragas do Território, em um gesto expontaneo de patriotis-
mo e de fifelidade a Coróa, se reuniu na Praga do Govêrno
e, aglomerada a volta da estatua da Rainha, ratificou sole-
mente seu juramento de lealdade. 0 entusiasmo local
sofreu um rude golpe quando, depois de alguns dias de
heróica luta, todo o território da metrópole caiu nas maos
do inimigo. Sem deixar de apreciar a bravissima resistência
oferecida pelos holandêses nas condigöes mais adversas,
aquela pequena coletividade se compenetrou profundamen-
te da extrema gravidade...”
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“...fórga, e
somente uma pequena parte do Reino, no Pacifico,
nao caiu sob as garras do inimigo.
Mas no Atlantico também existem partes inte-
grantes do Reino Holandês, isto é, Surinam e Cu-
ragau, e é admiravel ver como êsses territories se
sentem unidos por numerosos lagos a America Latina.
Os habitantes de Curagau, por exemplo—e o mesmo
se pode dizer dos habitantes das outras ilhas de So-
tavento—têm um grande amor por sua patria nativa,
mas, acima de tudo, se sentem holandêses. Todavia,
por seu idioma, por sua cultura e sua história, tam-
bém se acham vinculados ao grande continente sul
americano. i
Em Curagau, muitas construgoes arquitetonicas e
muitos costumes da populagao poderao ser holandê-
ses, mas nao ha düvida ai sóbre a grande influência
hispano-portuguesa na formagao da cultura do pais.
Os habitantes de Curagau, de Aruba, e de Bonaire,
em sua maioria, professam a religiao católica. Anti-
gamente, os sacerdotes vinham da América do Sul,
ao passo que agora o culto religioso se encontra...”
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“...mudou completamente. Aumentou rapidamente o numero
de seus habitantes; construiram-se estradas; foram impor-
tados automóveis, e executaram-se grandes obras. A popu-
lagao ganha agora mais dinheiro, aumentando-se, conse-
quentemente, as importagoes em geral. A ilha comegou a
ser de interésse para a navegagao, e o porto tomou uma
importancia que lhe permite, gracas as melhorias intro-
duzidas ultimamente, dar abrigo as embarcagöes de grande
tonelagem.
Oranjestad é, atualmente, uma cidade pequena mas di-
namica, que desfruta de uma próspera vida comercial.
INSTALAQÖES PARCIAIS DE UMA REFINARIA DE PETRÓLEO
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Efecar
San Nicolas, centro petrolifero, apresenta ainda mais
acentuados sinais de seu rapido crescimento, e a sua trans-
formagao em uma cidade moderna requerera ainda alguns
anos de esförgo.
Em Aruba, como em Curagau, todos os artigos de ne-
cessidade cotidiana têm que ser importados. A importagao
dêsses artigos é feita em parte por intermédio de Curagau,
e, em parte, diretamente...”
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“...os jovens que dêles fazem
parte satisfazem as suas necessidades com os seus próprios
recursos e com seu trabalho.
Um dos grandes diarios de Curagau pertence a Missao,
e propugna firmemente pelos principios da moral crista na
vida püblica; outro jornal, de menor circulagao, escrito na
linguagem popular do Território, “o papiamento,” é tam-
bém publicado sob os auspicios da Missao. A Igreja esti-
mula o interésse pelo “papiamento,” e, embora a Missao
nao permita que os seus alunos se esquegam do idioma
holandês, os padres frequentemente pronunciam sermóes na
lingua popular de Curagau.
Ao contrario do que acontece em Surinam, onde sao
desconhecidas as divisöes politicas partidarias, os católicos
de Curagau se acham organizados em um partido politico,
que tem 10 das quinze cadeiras da Assembléia Legislativa.
Entretanto, em sua maioria, os membros do Conselho Pri-
vado do Governador e os Chefes de Departamentos nao sao
católicos; na vida pratica da politica do pais, observa-se,
portanto, uma situagao...”
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“...importa quais sejam a sua raga e a sua nacionalidade.
Todavia, existem trés variedades de “papiamento,” isto é,
trés dialetos de uma linguagem que, por sua vez, foi con-
siderada erroneamente como um dialeto. Além do “papia-
mento” geral, ha também o “papiamento” dos holandêses e
o das ilhas de Sotavento. Mas, embora os judeus empre-
guem mais palavras espanholas e portuguêsas, e os holan-
dêses se inclinem, como é natural, para o uso de uma
espécie de “papiamento” em que predomina o seu pró-
prio idioma, as variagöes nao sao tao grandes que consti-
tuam qualquer dificuldade para que uns e outros se enten-
dam perfeitamente.
Como no caso da linguagem popular de Surinam, o
“talkee-talkee,” acredita-se que o “papiamento” tenha tido
origem provavelmente entre os escravos que foram levados
para Curagau, nos albores de sua história, pelos traficantes
portuguêses. Um estudioso dessa pinturesca linguagem ex-
pressou essa teoria na seguinte forma, sumamente poética:
“A semente do português caida no solo...”
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