1 |
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“...NA
A H O L A N D A
A M ER I C
A GUIANA
E CURACAU
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PUBLICACAO DO ESCRITÓRIO DE INFORMACÖES HOLANDESAS
10 ROCKEFELLER PL»Z» NEW YORK 20, R. Y„ EE. 00.
ISA/=:
l^5S60
14 0000 0163 5600
KONINKLIJK INSTITUUT VD TROPEN-BIBLIOTHEEK...”
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“...PRIMERA PARTE
JÊÊk
S U M
INTRODUgAO:
GUIANA HOLANDESA
Prefacio ^
Pelo Professor Dr. J. C. Kielstra, •
Ministro Plenipotenciario no México,
ex-Governador de Surinam
O Território e o Povo de Surinam 10
Pelo Professor Dr. G. Stahel,
Director da Estagao Experimental Agricola de Surinam
A Costa Brava, Domada 12
Por R. D. Simons,
Inspetor de Instrugao Publica
Barro Precioso — A Bauxita de Surinam 14
Uma Cidade Holandesa na Selva 17
Por J. H. Boas,
Ex-Diretor do Servigo de Imprensa do Govêrno
O Pais dos Pequenos Lavradores 10
Pelo Dr. D. S. Fernandes,
Diretor do Departamento de Agricultura
Babel da Selva — A linguagem vernacula de Surinam 20
Por R. D. Simons,
Inspetor de Instrugao Publica
A Igreja e as Missöes em Surinam 22
Surinam, Mosaico Etnico
Por J. H. Boas,
Ex-Diretor do Servigo de Imprensa
do Govêrno
%
23
Surinam e a Guerra
26...”
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3 |
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“...de Assuntos Sociais e Económicos
J. ‘ " r")
O Empório das Antilhas 36
Pelo Dr. E. Elias,
Ex-Diretor do Servigo de Imprensa do Govêrno
' .■& , t‘1
Ilhas Prósperas 38
As Cinco Irmas de Curaqau 40
A Obra das Missöes em Curaqau 44
“Papiamento,” Linguagem de Curaqau Esperanto do Mar das Caraibas 45
Os Editores desejam expressar a sua gratidao as autoridades civis, militares
6 eclesidsticas das Indias Ocidentais Holandesas, pelo valioso material que
forneceram para a confecqao dos artigos que aparecem na presente publica-
qao, preparada pelo Escritório de Informaqöes Holandesas.
O texto e as fotografias desta publicaqdo podem ser reproduzidos, a menos
que se faqa expressamente constar o contrario....”
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4 |
 |
“...o Orinoco e o Amazonas—poderiam êsses elementos
fomecer matéria suficiente e variada para encher um
livro? Ha varias razöes para que a resposta seja
afirmativa.
Houve, em outros tempos, nessas ilhas minüsculas,
empórios de um trafico florescente, embora um tanto
ilicito. Eram êles as estreitas passagens que permi-
tiam penetrar as muralhas do monopólio colonial, nos
limites que circundavam as vastas aquisigoes da
Espanha, da Inglaterra e da Franga, quando essas
muralhas comegaram a desmoronar, na segunda me-
tade do século XVIII. A grande aventura da guerra
maritima, da captura dos galeóes, do contrabando e
da pirataria, chegou muitas vêzes a essas ilhas. E nas
planicies da costa da Guiana a modema agricultura
tropical floresceu muito antes do que nas terras da
Asia, da Africa e da América do Sul, as quais, mais
remotas e menos acessiveis, porém mais bem dotadas
pela Natureza, conseguiram finalmente dominar no
mercado europeu.
Os habitantes de Curagau e Surinam, que sao apenas
algumas centenas...”
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5 |
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“...Plenipotencidrio no México,
ex-Govemador de Surinam
ANTES da primeira Guerra Mundial, Suri-
nam, a Guiana Holandesa, ocupava um
lugar especial, muito peculiar, dentro do Reino
da Holanda.
Durante muitos anos, apesar das novas em-
prêsas de bauxita, o Território teve pouca impor-
tancia para a prosperidade do Reino. A abertura
do Canal do Panama e a nova legislagao agraria
das Indias Orientais Holandesas, juntamente com
o marcado aumento da populagao de Java no
século XIX, do que resultou ali um aumento na
mao de obra, explicam porque Surinam, com
sua escassa populagao, se achava impossibilitada
de competir no mercado mundial com os pro-
dutos agricolas do Oriente.
Em consequência da politica liberal seguida
pela Holanda mesmo nos velhos tempos colo-
niais, o pais havia desfrutado, durante mais de
meio século, de um organismo representative e
de uma autonomia bastante ampla.
Todavia, o fato de que até pouco tempo Suri-
nam dependia econömicamente de uma con-
siderabel subvengao que lhe dava a metrópole...”
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6 |
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“...sofre os embates do Atlantico,
oferece um aspe'cto um tanto estranho, especialmente na
maré baixa, quando aparecem, alongando-se pelo mar a
dentro, os bancos de areia, os baixios e grandes extensóes
cobertas de lódo—formados por matérias arrastadas do
interior de Surinam pelos grandes rios e devolvidas par-
cialmente a costa pela violência das ondas.
Além da faixa costeira, com suas plantagóes e povoagöes
prósperas, as selvas bravias se estendem, verdes e ondu-
lantes, até as montanhas distantes. Sao a continuagao dos
interminaveis bosques que cobrem todo o vale do Amazonas.
No centro dessa imensa selva, regada por caudalosos rios,
se acha o fenomeno geológico da Guiana—a meseta triangu-
lar de Tafelberg, com mil metros de altura, quasi completa-
mente plana no alto e com uma extensao aproximada de
165 quilometros quadrados. Sóbre ela, dominando a selva
e a propria meseta, erguem-se as montanhas de Guilhermi-
na, cujo pico dominante se eleva a cêrca de 1.300 metros.
Além da faixa costeira também...”
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7 |
 |
“...produzem ricas colheitas de
KI
Fotagrafia por Fred Hardenbrook
INDIO OAJANA PREPARANDO FLECHAS PARA A CAQA
cacau e algodao. Durante os ültimos trinta anos, a ex-
ploragao dessas areas tem se intensificado, gragas a inter-
vengao do govêrno, estabelecendo-se muitos “polders” no-
vos, cujas boas colheitas de arroz sao feitas por pequenos
lavradores, muitos dêles emigrantes de Java e da India.
Assim, com os seus “polders,” canais e diques, os holan-
randes mestres na fertilizagao do solo, imprimiram
level da sua cultura agricola na zona mais im-
Surinam, tao tipicamente sul-americana....”
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8 |
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“...HISTÓRIA DE SURINAM
Por R. D. SIMONS
Inspetor de Instrugao Püblica
/^VS espanhóis, seguindo a rota de Colombo, tocaram na
costa de Surinam e continuaram a navegar para o sul,
até a foz do Amazonas. “Costa Brava” foi o nome dado as
inhóspitas terras da Guiana por aqueles primitivos nave-
gantes, e nem mesmo a sêde do ouro, que foi a ambigao de
muitos dos aventureiros, pöde veneer o temor que os “con-
quistadores” tiveram por essas terras, até quasi um século
depois.
Aos espanhóis chegaram noticias de que no interior da
“Costa Brava” havia fabulosas riquezas. Dizia-se que em
um lago—o lago Parima—havia ouro em pó e pedras
preciosas de mistura com as areias de suas margens; e que
os indigenas ai viviam em casas de ouro. Em consequência,
em 1593, Domingo de Vera tomou posse das Guianas em
nome do Rei da Espanha. Foi o primeiro europeu a por
pé em Surinam.
Aqueles tesouros, cuja fama corria mundo, eram verda-
deiramente fabulosos—tao fabulosos, realmente, que sim-
plesmente nao existiam. De...”
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9 |
 |
“...Todavia, os conflitos havidos em todo êsse tempo, entre
Sommelsdijk e os indios, nao foram senao os sintomas do
turbulento periodo subsequente de Surinam. Alguns anos
depois de morrer o grande Governador, em 1712, o Almi-
rante francês Jacques Cassard,—estando entao a Holanda
em guerra com a Franga—tomou Surinam, impondo-lhe
tributos de colónia. Muitos donos de plantagóes, tendo que
pagar oito ou dez por cento do valor das suas propriedades,
deram ordens aos seus escravos para que se ocultassem na
selva—e a maioria dos escravos, assim libertos, nunca mais
voltou. Êsses escravos se uniram aos “quilombolas,” negros
fugidos, escapados anteriormente, e em sua companhia
fizeram incursöes constantes contra as plantagóes. Os co-
lonos enviaram varias expedigöes, bem armadas, para inva-
dir a selva, mas tiveram finalmente que declarar livres os
“quilombolas,” depois do que voltou a reinar a paz em
Surinam. Sao os descendentes desses “quilombolas” da
Guiana que hoje se conhecem como “negros da selva...”
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10 |
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“...Moengo, aonde somente se pode chegar por viagem flu-
vial, partindo de Paramaribo, tem progredido até se con-
verter em uma pequena cidade moderna de mais de 1.500
habitantes, bem administrada e dotada dos recursos que os
trabalhadores podem considerar como uma compensagao
adequada ao seu arduo labor. Em 1941, o numero dos
empregados na indüstria da bauxita em Moengo ascendia a
650, dos quais 450 eram crioulos e 200 javanêses.
Os pedidos de bauxita têm aumentado, naturalmente, em
grande proporgao, e a usina de Moengo, cuja capacidade
de produgao se calculava, a principio, em 75 toneladas por
hora, agora se vê na necessidade de produzir mais do dóbro
dessa quantidade, talvez em detrimento da qualidade do
produto, em virtude de uma peneiragao inadequada e de
um maquinismo ja por demais usado. A produgao anual,
que havia oscilado constantemente entre 200 e 250 mil tone-
ladas, antes da guerra, tem se elèvado sucessivamente a
505 mil em 1939, a 616 mil em 1940, e a 650 mil em
1941. Com o ritmo...”
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“...quando se pensa que em sua populagao de 55,000 habitan-
tes nao ha mais do que 2,000 holandêses. Porque Parama-
ribo é uma cidade em que convivem numerosas ragas: criou-
los e mulatos, hindüs e Javaneses, chinêses e sirios, liba-
nêses e lusitanos, e, como é natural, holandêses da
metrópole.
Considerada etnologicamente, a cidade é meio africana e
mem asiatica. Nao é de estranhar, portanto, que uma visita
ao seu pinturesco mercado, colorido como os bazares orien-
tais, dificilmente sugira um ambiente “holandês,” como
tambén nao o sugerem as aglomeragaes hindüs que, nos
seus dias de grandes festejos, evocam memórias do Tigre
e do Ganges. Apesar de tudo isso, a cidade é inequivoca-
mente holandêsa, o que nao quer dizer, entretanto, que se
assemelhe forgosamente a qualquer cidade tipica da Ho-
landa atual. Quer somente dizer que Paramaribo possüe
o aspecto de dignidade, de respeitabilidade, mesmo talvez de
certa solenidade, que carateriza a maioria das cidades pro-
vinciais da Holanda.
Desde...”
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12 |
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“...um por cento dessas terras se acha
cultivado, incluindo-se ai 11 mil hectares de grandes plan-
tagöes e 24 mil de pequenas plantagöes.
Das cifras mencionadas se conclue que a agricultura em
grande escala, em Surinam, perdeu completamente o seu
lugar predominante, e que a agricultura em pequena escala,
iniciada quando os antigos trabalhadores contratados se
estabeleceram, sob um benéfico sistema de ajuda do Go-
vêrno, se converteu no fator preponderante na vida econö-
mica do pais. Uma das vantagens que decorrem dessa pre-
ponderancia na agricultura em pequena escala em Surinam,
é que, em condigöes normais, a produgao dos alimentos
necessarios a subsistência da populagao nao dependera das
importagöes do estrangeiro. A pequena lavoura do pais
abastece amplamente o seu mercado interno com os viveres
de maior consumo popular: arroz, bananas, verduras e
frutas. A importancia dêsse fato se demonstra claramente
com a produgao do alimento mais carateristicamente popu-
lar—o arroz. Em 1904, ainda...”
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13 |
 |
“...TRANSPORTE FEITO POR INDIGENAS, NO RIO SURINAM
em 1940. Com o objetivo de contrabalangar o efeito das
sêcas anormais, que invariavelmente têm sido desastrosas
para a colheita de arroz, o Govêrno tem realisado obras
de irrigacao em grande escala na regiao de Nickerie, que
é um distrito de pequenos lavradores que dependem exclu-
sivamente do arroz. Em 1938, as exportagöes de arroz
ascenderam a mais de 29% das exportagöes totais dos pro-
dutos agricolas de Surinam.
Outro produto agricola que esta quasi totalmente nas
maos dos pequenos lavradores é o cöco, que se cultiva na
regiao de Coronie. Em 1940, foram produzidos 5 milhöes
de cócos e 429.700 litros de azeite de coco, constituindo
estes ültimos a metade das necessidades locais. Os hindüs
estao proverbialmente familiarizados com as prensas de
extragao de azeite, e, se o uso dessas prensas for generali-
zado, a indüstria do azeite, que é explorada hoje de um
modo ainda muito primitivo, podera vir a florescer nota-
velmente.
O produto agricola...”
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“...BABEL BA SELVA
A LINGUAGEM VERNACULA DE SURINAM
Por R. D. SIMONS,
Inspetor de Instrugao Püblica
QS visitantes chamam-na “talkee-talkee.” Os negros cha-
mam-na “ningre,” “ninegre-tongo” (linguagem dos
negros) ou “Sranan-tongo” (linguagem de Surinam). Os
holandêses chamam-na “inglês dos negros.” Mas, como
quer que seja denominado, “talkee-talkee,” “linguagem de
Surinam ou inglês dos negros,” trata-se de um idioma
que evidentemente nao é nem exclusivamente dos negros
nem muito menos inglês.
Êsse inglês dos negros é a linguagem popular que se fala
nas ruas de Surinam. Falam-no os negros, os indios, os
hindüs, os chinêses, os javanêses, os portuguêses, e os pró-
prios holandêses. Mas, embora êsse jargao seja falado por
quasi toda a populagao, podendo ser considerado como a
lingua universal das numerosas rag as que habitam o Terri-
tório, talvez nao desempenhe um papel tao importante na
vida social e cultural de Curagau como o “papiamento.”
Isso se deve ao fato de que, com excegao dos negros da
selva...”
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15 |
 |
“...estao tam-
bém desenvolvendo uma magnifica atividade entre os lepro-
sos, com tal dedicagao que um dos primeiros missionaries
católicos enviados a Surinam, o Reverendo Padre Petrus
Donders, sucumbiu quando a servigo daqueles infelizes.
Os católicos têm conseguido muitas conversöes entre os
22
indios peles-vermelhas, e tanto êles como os protestantes
têm também óbtido progressos entre os hindüs e os java-
nêses.
Os judeus, embora pouco passem de um milhar, consti-
tuent um fator sumamente destacado na vida cultural e
religiosa do pais, pois figuram entre os colonos mais an-
tigos e têm exercido uma influência consideravel no pro-
gresso da populagao crioula.
Os hindüs formam uma comunidade étnica e religiosa
forte e bem organizada, e, embora se orgulhem da cida-
dania holandesa que adquiriram, mantêm relagaes culturais
nao somente com a “Mae Patria,” bem como com as comuni-
dades de Demerara e Trinidad. O nümero dos maometanos
aumentou notavelmente desde que se iniciou a imigragao
javanesa para...”
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16 |
 |
“...holandês,
negro ou asiatico, embora nascido na Guiana, é um
“crioulo.” Ha uma tendência para assim designar todos
os habitantes de Surinam em cujas veias corre sangue negro,
chamando-se-lhes também “Surinamenses,” para distingui-
los dos outros grupos que entraram posteriormente no pais
e que sao considerados, por muitos habitantes de critério
estreito, como “estrangeiros” naturalizados que, afinal de
contas, nao pertencem ao pais. Os hindüs, os javanêses, os
Chineses e as suas diversas mesclas étnicas sao tao “surina-
menses como os negros, os mestigos e os judeus, embora
êsses ültimos tenham vivido em Surinam durante um maior
numero de geragöes.
A massa geral da populagao vai se familiarizando cada
vez mais com êsse conceito, podendo-se dizer com justiga
que tal se deve em grande parte a acertada aplicagao das
normas constitucionais do Govêrno, que nao estabelecem
diferenga alguma entre as diversas ragas. Os casos em que
se observam diferengas, na vida cotidiana, podem ser atri-
buidos a...”
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17 |
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“...de
seu passado. Dêsse grupo racial procedem quasi todos os
funcionarios püblicos e empregados de escritórios; muitos
deles fizeram seus estudos na Holanda, e alguns têm se
distinguido brilhantemente nas profissóes liberais, ao passo
que, como trabalhadores manuais, todos desfrutam de uma
reputagao excelente.
Os hindüs, por sua parte, com sua grande tradigao cultu-
ral, se destacam dos outros elementos raciais em alguns
aspectos. Dotados de uma aptidao especial para o co-
mércio, e de uma extrema parcimênia, muitos deles têm
conseguido consolidar florescentes estabelecimentos de
venda a varêjo, em que ganham muito dinheiro. Sao,
também, ambiciosos e trabalhadores, e sao inumeros os pro-
fessores, advogados, médicos e autoridadades intelectuais
da seguiida e da terceira geragao de emigrantes hindus. Em
sua grande maioria se dedicam a agricultura, na qual, em
consequencia de sua sobriedade e robustez fisica, prosperam
tanto quanto as circunstancias o permitem. Mantêm-se es-
treitamente ligados...”
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18 |
 |
“...na India. Seus pandits sao, em Surinam, seus dirigentes
morais e intelectuais, alguns dos quais têm uma extraordi-
naria cultura, com um conceito claro do que representa
essa coletividade holandesa para os descendentes dos hindüs
que nela ingressaram tempos atras como simples trabalha-
dores bragais.
Os javanêses, cuja imigragao para Surinam data somente
de uma geragao, nao têm podido, como é natural, colocar-
se como grupo em situagao de influência comparavel a dos
hindüs. Quasi todos se dedicam a agricultura e a horticul-
tura, em que se destacam como os melhores trabalhadores
que se podem encontrar. Constituem um povo afavel, de
grande simpatia, que, em sua terra natal, criou obras de
arte maravilhosas, mas que, “no vasto campo de batalha do
mundo,” nao possue, talvez, as mesmas qualidades de reali-
zagao dos energicos hindüs; nao tem a parcimonia nem o
espirito comercial necessarios, de modo que seus compo-
nentes nao se encontram em condigoes de lograr éxito mate-
rial na vida. Os...”
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19 |
 |
“...Império da Holanda somente restavam a Guiana e Curagau,
abrigados a sombra da bandeira holandesa da Liberdade.
Nao ha necessidade de nos estendermos muito sóbre os
oito primeiros mêses de neutralidade.
A invasao dos Paises Baixos, em 10 de Maio de 1940,
foi uma surpresa em Surinam. Emhora se soubesse geral-
mente que a situagao da Holanda era muito menos segura
do que na guerra anterior, nao se compreendia quao amea-
gadora era a realidade. Ao serem conhecidas as primeiras
noticias da luta na Holanda, a populagao de diferentes
ragas do Território, em um gesto expontaneo de patriotis-
mo e de fifelidade a Coróa, se reuniu na Praga do Govêrno
e, aglomerada a volta da estatua da Rainha, ratificou sole-
mente seu juramento de lealdade. 0 entusiasmo local
sofreu um rude golpe quando, depois de alguns dias de
heróica luta, todo o território da metrópole caiu nas maos
do inimigo. Sem deixar de apreciar a bravissima resistência
oferecida pelos holandêses nas condigöes mais adversas,
aquela pequena...”
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20 |
 |
“...desvanecendo gradualmente as
nuvens que obscureciam a situagao da Europa. Viu-se, em
primeiro lugar, que o Govêrno Holandês, longe de capitu-
lar, estava organizando os vastos recursos das Indias Orien-
tals, com o fim de continuar a luta em estreita alianga com
o Império Britanico. Todo o continente europeu era um
campo aberto aos exércitos alemaes, mas, do outro lado do
Canal da Mancha, a Inglaterra se erguia serena e inexpug-
navel, na hora critica da batalha. A marinha mercante
da Holanda sulcava os mares; recrutavam-se, na Inglaterra,
novos exércitos holandêses; e na própria Holanda, oprimi-
da pelos invasor, o espirito de resistência adquiria uma
plenitude heróica e sublime.
Em Surinam, por sua parte, nao havia perspectivas pro-
missoras. Tinham sido tomadas enérgicas medidas de de-
fesa contra a crise que atingia todos os habitantes, desde
o Governador até o ultimo cidadao, e foi necessario suspen-
der momentaneamente muitos dispositivos essenciais de ca-
rater social; mas o pais estava,...”
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